Três policiais militares foram presos no início da manhã deste sábado (20) por envolvimento em dois crimes de homicídio e em uma chacina ocorridos em Curitiba nos últimos meses. Eles tiveram a prisão temporária (30 dias) decretada. Outros dois estão foragidos. As investigações foram conduzidas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as prisões foram acompanhadas pela Corregedoria da Polícia Militar, envolvendo 70 policiais, entre civis e militares.
Os cinco PMs presos são suspeitos de cobrar propina, o chamado “pedágio”, de traficantes de drogas. Investigações da DHPP apontaram a participação dos suspeitos presos em três situações distintas. As investigações caminhavam paralelamente dentro da DHPP e os exames de balística, produzidos pelo Instituto de Criminalística, demonstraram que dez mortes teriam sido causadas por tiros de uma mesma pistola calibre 380.
“Foi uma operação muito parecida com a força-tarefa entre Secretaria da Segurança Pública e Grupo de Atuação de Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada também nesta semana. A prioridade é limpar a polícia para que os bons policiais, que são a maioria, voltem a trabalhar de forma muito tranquila”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Fernando Francischini.
O trabalho de investigação ocorreu de forma integrada entre as polícias Civil e Militar. “Conseguimos chegar nesse resultado muito pelo apoio que tivemos da PM. Destaco também o desempenho dos delegados responsáveis por cada caso, que conduziram as investigações, e o trabalho conjunto de toda a equipe da DHPP que possibilitou de forma rápida identificar a autoria de todos esses homicídios que eram relacionados entre si”, acrescentou a delegada Maritza Haisi, até então titular da DHPP e que agora assume a Divisão Policial da Capital (DPCap).
Também presente durante coletiva de imprensa concedida na manhã deste sábado, o subcomandante-geral da Polícia Militar, coronel Nerino Mariano de Brito, reforçou que a instituição não tolera desvios de conduta na tropa. “Temos diversos mecanismos de depuração da nossa tropa a fim de que permaneçam na corporação apenas os policiais honrados. Contribuímos do começo ao fim com as investigações”, disse ele.
MORTES – A primeira situação ocorreu em 28 de janeiro, com a morte de Anderson Marques Colaço, 34 anos, na Rua João Antonio Culpi, 30, no local conhecido como Beco da Pluma, bairro Pinheirinho, na capital, investigada pelo delegado da DHPP Cristiano Quintas.
No dia 31 de maio, uma chacina deixou cinco pessoas mortas no bairro Xaxim, sendo quatro homens e uma mulher. O caso está sendo acompanhado pelo delegado Danilo Zarlenga.
E, no dia 12 de junho, o corpo de Tiago Rocha, de 25 anos, foi encontrado no Alto Boqueirão, de acordo com o delegado Fábio Amaro, que preside esse inquérito. As investigações prosseguem para apurar a participação de outros envolvidos nos crimes mencionados.
AEN