A Universidade federal da Integração Latino-Americana -Unila- publicou na quinta-feira (18), o edital 004/2014, que regulamenta o processo de seleção de imigrantes haitianos para os 29 cursos que serão oferecidos no primeiro semestre de 2015. O edital prevê a reserva de uma vaga em cada curso para estudantes provenientes daquele país e que estejam residindo no Brasil – tanto os regularmente admitidos quanto os portadores de visto humanitário. As inscrições poderão ser feitas de hoje (19 de dezembro) a 19 de janeiro.
Os candidatos, desde que comprovada a vulnerabilidade econômica, terão direito aos benefícios integrais da Assistência Estudantil: alojamento disponibilizado pela UNILA; cartão alimentação, no valor de R$ 300; cartão transporte de R$ 55.
Para se candidatar, entre outros requisitos, os interessados deverão comprovar a nacionalidade haitiana e não poderão possuir diploma universitário (confira aqui o edital). As inscrições deverão ser feitas no site da UNILA, no qual deverá ser anexada a documentação que inclui currículo, carta de motivação, formação educacional, certificado de conclusão do Ensino Médio, entre outros. A seleção dos alunos será feita por uma banca e o resultado final será publicado na página da UNILA.
A oferta de vagas está prevista na resolução 037 do Conselho Universitário (CONSUN), que instituiu o Programa Especial de Acesso à Educação Superior para estudantes haitianos – Pró-Haiti. O programa tem o objetivo de contribuir para a integração dos haitianos à sociedade brasileira, bem como fortalecer o intercâmbio acadêmico com o sistema de ensino superior haitiano. A resolução considera a situação dos haitianos refugiados e a destruição do Ensino Superior no Haiti, em decorrência do terremoto de 2010. Além disso, leva em consideração o fato de os haitianos serem vítimas de xenofobia na América Latina.
O programa foi criado a partir de uma iniciativa da Pró-Reitoria de Relações Institucionais e Internacionais (PROINT), explica o pró-reitor em exercício, Arcelo Luis Pereira. “A PROINT considerou a situação em que os haitianos encontram-se em seu país e o fato de o Brasil se propor a receber esses imigrantes”, diz. “A intenção é poder mudar a qualidade de vida e a situação socioeconômica dos haitianos que estão no Brasil, através da formação acadêmica”, completou, lembrando, ainda, que os imigrantes haitianos sofrem com o racismo, como pode ser observado com o grupo que vive em Cascavel. “A realidade regional mostra isso.”
Fonte: Unila