Saúde preventiva, parcerias com governos Federal e Estadual e Universidades, na gestão do Hospital Municipal, especialmente a incorporação da Unioeste (com os cursos de saúde) nesse contexto de debate e transformação do HM em HU, ou ainda em Hospital Escola, posição amplamente defendida durante a discussão. Esses foram os principais aspectos elencados na audiência pública que debateu sobre curso de Medicina na Unila e transformação do HM em Hospital Universitário. Evento este proposto pelo Vereador Nilton Bobato (PC do B), realizado na quinta (13), no Plenário da Câmara Municipal.
O proponente, Nilton Bobato, julgou que a “audiência cumpriu seu papel de debater um pouco e colocar luz à situação e fazer com que chegue à população uma informação um pouco mais clara. E, assim, espero que consigamos fazer com que os gestores do processo levem as sugestões em conta, especialmente nas conferências de saúde que têm início nesta sexta, 14 de novembro”, ressaltou.
Dr. José Aiex- coordenador do GT-HU (grupo de trabalho hospital universitário) e membro do COMUS – Conselho Municipal de Saúde, fez uma explanação em que falou: “cabe ao SUS ordenação de recursos humanos na área de saúde. Foz é gestão plena das etapas para transformação da Unidade em Hospital Universitário (H.U), dentre elas: a mudança da Fundação Municipal de Saúde para uma Fundação pública de direito público, prevendo a contratação por concurso e regras que regulamentam o funcionamento das instituições públicas”. E, ainda ressaltou: “Precisamos não fazer do Hospital um instrumento político”.
Após notícia divulgada no último dia 11 de novembro pelo Executivo de que a Prefeitura doaria o Hospital para a Unila, o Secretário de Saúde, Charlles Bortolo, foi à tribuna esclarecer a posição: “Precisamos de investimentos do governo Federal para implementar uma medida como essa. Não estamos entregando o patrimônio público, temos um Hospital Municipal que está se unindo a uma Universidade Federal para atuar de forma conjunta, a Fundação continua existindo. Mas, estamos procurando caminhos para sermos autossuficientes em orçamento”.
O vice-reitor da Unila, Nielsen de Paula Pires, defendeu a postura da Universidade. “Estamos começando agora uma negociação concreta sobre a utilidade do Hospital, isso se inicia com essa audiência pública e posteriormente isso ocorre dentro da Universidade e com a comunidade externa. A posição da Unila é de que bem-vindo seja o Hospital Universitário, ele deve servir ao serviço público de saúde, é para isso nossa faculdade de Medicina. Mas, vamos analisar em que termos vamos concretizar isso”, ponderou.
Sérgio Fabriz, representante da Unioeste, destacou a incorporação da Universidade ao processo. “Sabemos que um Hospital Universitário só tende a trazer melhorias para a cidade, a Unioeste está disposta a ajudar o município. A gente poderia juntar as forças da Unioeste e Unila para transformação esse Hospital em unidade de ensino. Isso traz maior flexibilidade para conseguirmos credenciamento para os atendimentos de complexidade. Temos um curso consolidado, que existe há 16 anos e um H.U precisa ser completo em sua assistência”.
PERSPECTIVAS
Mais do que mudança de gestão da unidade, gestores, agentes e profissionais da saúde presentes na audiência pública enfatizaram pensar a saúde sob outra ótica. “É importante retomarmos o SUS como ordenador de recursos humanos na área de saúde no país. A perspectiva é gerar uma melhoria na qualidade de assistência e na transformação dos recursos da área de saúde, sob outra ótica. Não tem mais sentido falar na formação do médico, temos de falar em uma formação interprofissional para prática de saúde”, afirmou DR. Luís Fernando Zarpelon, Coordenador do curso de Medicina da Unila.
O deputado eleito, Chico Brasileiro, ratificou a importância de parcerias com Universidades, municípios da região e a permanência do debate. “Temos grandes parceiros para construirmos juntos um grande hospital. A Proposta de incorporação da Unioeste pode trazer um grande ganho. Construiremos um futuro sustentável para o HM”.
Por fim, o proponente da audiência, Vereador Nilton Bobato (PC do B), lembrou que o papel da Universidade não é prestar assistência, essa é uma obrigação do município, Estado e União. “Devemos discutir a participação do Hospital Municipal através de convênios. Não entendi até agora por que o site da prefeitura anunciou o termo doação. Então, toda discussão que surge é a partir desse princípio. Felizmente a audiência cumpriu seu papel se o princípio era juntar todos os atores da mesa. Se uma mudança ocorrer na administração do Hospital municipal todo procedimento vai passar pela Casa de Leis”.
TRIBUNA POPULAR
O estudante, Luciano Maurício, abriu a fala na tribuna livre, realizando vários questionamentos saúde. “Hoje o Brasil é um dos países que mais possuem cursos de medicina e vários deles estão na UTI por falta de estrutura. O que será feito para que o curso de medicina em Foz seja para que os acadêmicos possam no futuro oferecer um serviço de saúde adequado?”
Luiz Fernando Khil Matias, técnico da Unila, defendeu: “Sou da frente contra a privatização dos Hospitais. Transformar o Hospital Municipal em Hospital escola se faz com parcerias, convênios e somar, juntamente com o município, Unioeste e Regional de saúde”.
A Professora, da Unioeste, Elis de Palma Priotto, assim como outras autoridades presentes, reiterou a posição da Universidade. “O curso de enfermagem permaneceu em Foz para agregar. A Unioeste está se oferecendo para compartilhar e somar com Unila e Prefeitura e é isso que fazemos para a sociedade de Foz”.
Assessoria CMFI