Após 24h do início da rebelião na PIG (Penitenciária Industrial de Guarapuava), apenas um Agente Penitenciário foi liberado e outros 11 continuam reféns dos presos, além de um número indefinido de presos que cumprem a pena na unidade por crimes sexuais. Apesar da negociação não ter sido interrompida durante toda a madrugada e uma carta com as reivindicações dos rebelados ter chegado nas mãos do Governo no início da manhã de hoje (14), ainda não há uma perspectiva de acordo com os detentos.
No início da rebelião, eram 13 servidores penais reféns. No entanto, os rebelados jogaram produto químico e altamente inflamável em cerca de 20% do corpo de um Agente. Ele foi retirado do interior da penitenciária com a ajuda de alguns presos que impediram que a situação avançasse logo no início do motim. O servidor foi hospitalizado e apesar das agressões físicas e psicológicas, o trabalhador não corre risco de vida. Já os Agentes que continuam reféns estão sendo torturados psicologicamente e fisicamente. Alguns inclusive estão amarrados em cima do telhado.
Pelo menos outras 10 pessoas foram feridas e encaminhadas para a emergência da cidade, seis foram jogadas do telhado e outros ficaram pendurados de cabeça para baixo. De acordo com o Samu, cinco deles tiveram ferimentos leves, enquanto um teve traumatismo craniano moderado. Os rebelados estão se concentrando no telhado da PIG e a unidade está sendo destruída.
Segundo a vice-presidente do SINDARSPEN, Petruska Sviercoski, a unidade já foi exemplo de penitenciária para o país. “Na PIG, só entravam presos que gostariam de se ressocializar. Existia uma seleção para isso. Hoje, não existem mais critérios. Entram presos perigosos, que participaram de outras rebeliões, e que conseguem disseminar a revolta entre os outros detentos quando algo não os deixam satisfeitos lá dentro”, diz.
O Diário