A onça-pintada macho Tonhão, que viveu por seis anos no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) e desde novembro do ano passado estava no Zoológico Municipal Bosque Guarani, em Foz do Iguaçu, morreu na tarde desta quarta-feira (27). “Ainda será feita a necropsia, mas tudo indica que foram causas naturais, por falência múltipla de órgãos. Ele tinha 21 anos e, devido à idade avançada, vinha apresentando diversos problemas de saúde ultimamente”, explica o médico-veterinário Zalmir Silvino Cubas, da Divisão de Áreas Protegidas (MARP.CD).
Segundo Cubas, Tonhão começou a dar sinais de problemas de saúde no fim de julho e, desde então, recebia acompanhamento da equipe de veterinários da Itaipu e do Zoológico Bosque Guarani. Há uma semana e meia, foi transferido para o Hospital Veterinário do RBV, para um acompanhamento mais próximo e intensivo pelos profissionais do setor. “Infelizmente ele não superou o agravamento do quadro de insuficiência renal, mas pelo menos conseguimos minimizar as dores.”
O corpo da onça foi transferido para o setor de Medicina Veterinária da Faculdade Anglo-Americano, em Foz do Iguaçu, onde será feita a necropsia, e lá permanecerá, servindo para estudos.
De acordo com Cubas, a média de vida de uma onça-pintada na natureza é de 10 a 12 anos. No cativeiro, de 22 anos. “Ele foi bem cuidado, aqui e no Zoo Bosque Guarani, pois viveu até o limite da sua expectativa de vida”, diz Cubas.
A jornada de Tonhão
Tonhão chegou à Itaipu em agosto de 2007. Foi a segunda onça-pintada trazida para o RBV. Ele veio transferido do Zoológico das Centrais Elétricas de São Paulo (Cesp), de Ilha Solteira. Na época, o animal, que até então era chamado de Tonho, era considerado a principal esperança de procriação ao formar par com Juma, a primeira onça da Itaipu.
O apelido no superlativo se deu em função do porte atlético do felino. O acasalamento com Juma não resultou em filhotes. Depois do casal, o RBV recebeu Valente e mais recentemente a onça Teca. Os dois foram resgatados na natureza.
A transferência de Tonhão para o Zoológico Municipal Bosque Guarani, em novembro de 2013, foi autorizada pelo Ibama. No local, ele foi mantido em espaço confortável, virou a atração principal e foi útil nos trabalhos de conscientização ambiental desenvolvidos pelo município. Mesmo na nova casa, Tonhão continuou recebendo os cuidados da equipe do RBV.
JIE