Cansados de pagar propina à policiais da Patrulha Caminera do Paraguai, um casal de professores moradores do Brasil, uma brasileira e um paraguaio, procuraram um meio de comunicação de Cidade do Leste para denunciar o abuso. Celso Breda e Elvira Benítez Silva, relataram ao Jornal Diário Vanguardia, que moram em Cascavel e há seis anos atravessam a fronteira para visitar parentes no departamento de Caazapá.
Na segunda-feira (25), antes de deixar o Paraguai, os professores decidiram expor o abuso que, segundo eles, é constante ao circular pelo país com um carro com placas brasileiras. Segundo eles, sempre que viajam pelas estradas paraguaias são abordados por agentes da Polícia Caminera e Polícia Nacional. “Sempre que viemos nos incomodam, quando veem a placa brasileira nos param. Procuram qualquer desculpa para tirar dinheiro”, disse Celso Breda, contando que as propinas variam entre G. 100 mil a G. 200 mil, o equivalente a R$ 50 e R$ 100.
A última blitz aconteceu na segunda-feira, quando policiais da Patrulha Caminera pararam o veículo brasileiro alegando que estava acima da velocidade permitida e depois porque a luz da placa não ligava. “Pedi que fizessem um boleto, porque teria até cinco dias para pagar, mas disseram que essa regra é apenas para paraguaios. Me disseram que a multa seria de G 430. 000 e o pagamento feito em dinheiro. Não gosto de dar propina, mas como somos professores precisávamos seguir viagem e dei G 200.00, disse Breda.
Procurado, o chefe da regional da Polícia Caminera, Amancio Morínigo, disse que desde que assumiu, há um ano, nunca recebeu queixa de estrangeiros, porque tem a orientação de serem bem tratados. “É a primeira vez que escuto um caso desses desde que estou aqui. Damos tratamento preferencial aos turistas”, disse o policial, informando que é difícil fazer uma investigação para apurar a denúncia, sendo que não houve uma denúncia formal, mas que não tolera atos irregulares.