Por AMN
É inevitável se emocionar com a alegria da equipe de Goalball de Foz do Iguaçu. Não é nenhuma grande vitória em algum amistoso ou simplesmente a ansiedade do início do PARAJAPS 2014 (Jogos Abertos Paradesportivos), que começa na próxima quinta-feira, dia 21 de agosto. É sim, o desfio de uma equipe que é campeã nos jogos da superação.
A esportista Salete Maria, de 55 anos é um dos exemplos. Ela é dona de casa, tem três filhos casados e pratica o Goalball há quatro anos. “Significa muito pra mim, praticar esse esporte. É algo divino, maravilhoso”, afirma. Segundo Salete, a vida dela mudou. “A última vez que pratiquei algum esporte foi com 13 ou 14 anos, depois nunca mais. Pra mim foi gratificante conhecer esse jogo, eu não sabia que existia”. Ela que é presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Foz do Iguaçu (ADEVIFOZ) e, disse, “A gente faz tudo que qualquer pessoa faz. Nunca vamos desistir, temos que continuar, mesmo que com dificuldades”.
A flamenguista Cleide Anacleto de 39 anos é dona de casa e mora em Santa Terezinha de Itaipu. Ela também relata sobre a superação de praticar uma atividade física. “É um esporte muito bom e, uma forma de interação com outras pessoas que sofrem o mesmo problema que você. É uma maneira de sair da depressão, além do benefício dos exercícios físicos, melhora muito nossa autoestima. É uma oportunidade de sairmos de casa e interagir com a sociedade, mostrando que não somos apenas um deficiente visual, mas temos força e garra para conquistar muitos outros obstáculos”.
O aposentado de 43 anos, Joaquim Arão Cordeiro disse que não gosta muito do futebol tradicional. “Eu não entendo muito o jogo de futebol, mas o Goalball faz com que a gente saia de casa e encontre os amigos. É uma maneira da gente interagir com as pessoas que praticam o esporte e de inclusão social. Todos percebem que a gente não fica parado. Joaquim afirma também que não se considera um craque do Goalball. “Estou muito longe disso ainda”.
Goalball
O esporte que tem como objetivo arremessar uma bola sonora com as mãos no gol do adversário, insere atletas que possuem deficiência visual na prática de atividades e em competições. Em Foz, o trabalho é desenvolvido há 01 ano e dois meses pela equipe do Centro da Juventude, da Secretaria de Assistência Social, Família e Relações com a Comunidade. As duas equipes masculina e feminina de Foz serão representadas na 3ª edição do PARAJAPS 2014, em Londrina entre os dias 21 e 24 de agosto. O diretor do Centro da Juventude, Junior Werlang, que é cadeirante, psicólogo e palestrante disse que serão 12 competidores de 16 a 52 anos e mais 02 técnicos. “Nosso objetivo é a inserção das pessoas no mercado de trabalho e na prática esportiva. Eles ajudam os demais. Um jovem que tem uma dificuldade na vida e vê uma pessoa com deficiência praticando um esporte acaba se motivando”, relatou o coordenador. O Centro da Juventude de Foz do Iguaçu é o único no Paraná a disponibilizar a prática do esporte, dentre os 29 Centros existentes no Estado.