Nesta terça-feira (29), faz vinte anos que o Brasil perdeu um dos seus mais queridos humoristas. Em 29 de julho de 1994, falecia Antônio Carlos Bernardes Gomes, ou simplesmente Mussum. Por mais de vinte anos – ao lado de Renato Aragão (o Didi), Dedé Santana e Zacarias – Mussum trouxe risadas para todo país. O personagem ficou famoso por seus bordões e linguajar próprio: “cacildis, forévis, mé” caíram fácil no gosto popular.
O carioca Antônio Carlos nasceu em 1941 no Morro da Cachoeirinha, na zona norte do Rio de Janeiro. Filho de uma empregada doméstica, passou parte da sua infância em um colégio interno, onde se profissionalizou como mecânico. A juventude foi nos quartéis, por oito anos como recruta da Aeronáutica.
Mas Mussum estava fadado aos palcos. Apaixonado pela Estação Primeira da Mangueira, quando jovem sonhava com a música. Com seu reco-reco, participou da fundação do grupo Os Originais do Samba, conunto de muito sucesso nas décadas de 1960 e 1970, o que lhe possibilitou conhecer vários países do mundo.
Foi com as apresentações televisivas dos Originais do Samba que recebeu o nome que marcou sua história. O ator Grande Otelo apelidou o sambista tímido de Mussum. Seu jeito caricato logo chamou atenção. Foi Chico Anysio que o incentivou a usar as expressões terminando com “is”, o que se transformariam em sua marca registrada. Dedé Santana e Renato Aragão o chamaram para a trupe dos Trapalhões em 1973.
Com o sucesso da TV, o novo humorista teve de abandonar o samba dos Originais para a promissora carreira cômica. Os Trapalhões passaram pelas TVs Excelsior, Tupi, Record, até chegar à TV Globo em 1977. Mussum era um personagem bem caricato. Um malandro, boêmio, afável e de linguajar fácil.
Mussum participou dos programas de TV dos Trapalhões por mais de vinte anos, além de quase 30 filmes e mais de dez discos com o grupo. Também lançou três discos solos de samba em carreira solo. Com o falecimento de Zacarias em 1990 e Mussum em 1994, o grupo perdeu fôlego e Renato Aragão extinguiu Os Trapalhões em 1997.
EBC