Um grupo com integrantes de cinco países – Paraguai, Argentina, Uruguai, Bolívia e Brasil – fez uma visita técnica nesta terça-feira (15) pela manhã no barracão da Acaresti (Associação dos Catadores de Recicláveis de Santa Terezinha de Itaipu). Entre os visitantes estavam prefeitos, gestores ambientais e produtores rurais das nações vizinhas. A vinda deles ao município foi para conhecer de perto o modelo de coleta seletiva implantado na cidade.
O programa foi apresentado pelo secretário de agropecuária e meio ambiente, Paulo Sérgio Ruppenthal. Logo após a explanação do secretário o grupo circulou pelo barracão. Jair Kotz, superintendente de meio ambiente da Itaipu Binacional acompanhava o grupo e explicou que a intenção era apresentar as boas práticas realizadas em municípios da Bacia do Paraná 3, que poderão ser implantadas em cidades que possuem empreendimentos hidrelétricos nesses países. “O modelo de coleta feito aqui em Santa Terezinha é um bom exemplo e por isso estamos aqui com eles para que eles possam conhecer in loco as ações e conversar com os gestores locais e tirar daqui boas ideias”.
Responsável pela gestão ambiental na represa de Salto Grande, na divisa entre a Argentina e Paraguai, Maximiliano Bertoni, estava surpreso com a forma de trabalho adotada pelo município de Santa Terezinha. “O modelo que tem aqui tem muita participação social, que melhora a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. Queremos levar isso para os municípios abrangidos pela represa de Salto Grande. Aqui estão de parabéns”, elogiou.
O prefeito de Loreto, região de Missiones, na Argentina, também parabenizou o programa implantado na cidade. “É excelente. Nossa vinda aqui foi muita produtiva, vamos levar experiências muito positivas para nossas cidades”, frisou Aquino Francisco.
O presidente da Acaresti, Antonio Henrique Correia, ficou feliz com a visita do grupo de estrangeiros que vieram conhecer o trabalho da associação. “A gente fica muito feliz de saber que vem gente de tão longe pra conhecer a nossa forma de trabalhar; e isso só está acontecendo graças à prefeitura que tem nos dado todo o apoio”, enfatizou.
O programa
A Acaresti foi criada em 2004, mas até o ano passado trabalhava de forma individual. Cada um coletava com seu carrinho o material que conseguia. O reciclável acumulava nas residências dos catadores e só depois era levado para o barracão para ser pesado e vendido. Isso favorecia a proliferação de insetos e do mosquito da dengue, deixando os trabalhadores e suas famílias vulneráveis à contração de doenças.
Por ser maioria mulheres e pessoas de mais idade que fazem esse serviço, elas não venciam coletar todo o material reciclável da cidade, com isso parte da população descartava junto com o lixo orgânico, prejudicando dessa forma a vida útil do aterro sanitário.
Em 2014, a Administração Municipal decidiu assumir a gestão do material reciclável, implantando o programa de coleta seletiva em parceria com os catadores. Para isso, fez antes um trabalho de conscientização da população, envolvendo os moradores no processo.
Hoje cada residência recebe uma sacola plástica verde para acomodar os recicláveis. Dois caminhões baú percorrem os bairros da cidade dentro de um cronograma criado especificamente para a coleta desses materiais. Hoje, quatro catadores em cada caminhão fazem a coleta, os demais fazem a separação no barracão. Ao todo, a associação conta atualmente com 43 trabalhadores.
Antes do programa eles conseguiam coletar em média 35 toneladas/mês, agora passa de 100 toneladas/mês. Com isso a renda também dobrou. A meta é de alcançar no próximo ano uma média de 150 toneladas por mês. “O grande sucesso do programa tem sido a participação da população, que entendeu que o material reciclável não pode ser descartado junto com o lixo orgânico”, destacou o secretário de agropecuária e meio ambiente, Paulo Sérgio Ruppenthal.
Da Assessoria
Foto: Antonio Pitondo