“Eu vim aqui porque sinto uma saudade imensa, lembro que a nossa família se reunia e vínhamos todos fazer esse belo passeio”, foi o que disse Josephina Schimmelpfeng, uma das filhas do primeiro Prefeito de Foz do Iguaçu Jorge Schimmelpfeng.
Aos 90 anos de idade, dona “Iaiá” como gosta de ser chamada, é uma senhora simpática, lúcida e nos conta um pouco sobre as lembranças que tem do pai.
“Somos em cinco irmãos, duas mulheres e três homens, eu era muito pequenina, quando papai faleceu, tinha só quatro anos, mas sei que ele se interessava muito por Foz e a vontade de papai era colocar um navio de Curitiba a Foz do Iguaçu, mas devido as quedas não foi possível”, disse.
Jorge Schimmelpfeng, além de assumir o cargo de primeiro prefeito de Foz do Iguaçu, durante dez anos seguidos (1914-1924), foi deputado estadual e exerceu cargos de delegado de polícia e inspetor escolar, e se destacou como o grande pioneiro iguaçuense no turismo, comércio, agricultura e na indústria.
De acordo com dona Iaiá a família construiu o primeiro hotel nas Cataratas do Iguaçu, em 1922 o “Hotel dos Saltos”. “Meu papai construiu o primeiro hotel aqui mesmo nas Cataratas, era um grande hotel de madeira, muito bom e confortável, mais ele não chegou a acabar, o hotel foi destruído por um incêndio”, disse.
Iaiá tem guardada na memória e no coração, boas lembranças do tempo em que a família visitava o parque nacional e ficavam hospedados no hotel de madeira. Hoje quando sente saudades Iaiá vem a Foz do Iguaçu para relembrar os tempos de infância ao lado do pai.
“Eu vim para Foz do Iguaçu para ouvir a batida das portas, porque as portas batiam o dia inteiro naquele antigo hotel e isso que eu vim fazer aqui, relembrar. Tenho uma saudade imensa, sempre vinha com a família fazer o passeio nas cataratas, a gente sabia andar por tudo que era lado e é de saudades que venho para cá”, salienta dona Iaiá.
Pai, companheiro e carinhoso, gostava de encher os filhos de mimos e ensinamentos. “Eu era muito pequena, lembro que ele me mimava bastante, ele desenhava e me ensinava a bordar até dizem que ele faleceu com meu lencinho nas mãos, ele foi muito boa pessoa e para mim um pai muito bom”.
Iaiá também falou sobre a irmã Ottília Schimmelpfeng, que foi professora, lecionou em várias escolas do município e foi uma grande incentivadora de movimentos culturais.
Ottília faleceu em 1992, mesmo ano de inauguração do teatro barracão, que leva o nome de Teatro Municipal Ottília Schimmelpfeng, em homenagem a ela, que tanto lutou pelas artes.
Jorge Schimmelpfeng também é homenageado em Foz. Temos a Avenida e Escola Estadual Jorge Schimmelpfeng.
Foz do Iguaçu na época, era simples e pacata, não havia hospital, e uma das doenças mais temidas na década de 20 era a malária. Em setembro de 1929, o coronel adoeceu e veio a falecer.
Iaiá ficou feliz ao saber que a cidade que seu pai ajudou a construir está completando 100 anos e deixa uma mensagem de aniversário para Foz do Iguaçu. “Eu desejo que Foz do Iguaçu continue sempre para frente, sempre progredindo, porque essa cidade merece, meu papai era muito por Foz”.
Josephina Schimmelpfeng “dona Iaiá” tem 90 anos de idade é mãe de três filhos, tem netos, seis bisnetos e aguarda a chegada de mais dois e atualmente vive em Curitiba com a família.
Como ela mesmo relata veio a Foz do Iguaçu para matar saudades do tempo de infância, sempre que vem a Foz Iaiá fica hospedada no Belmond Hotel das Cataratas, mesmo local onde o seu pai Jorge Schimmelpfeng sonhava em construir um grande Hotel.
AMN