As principais cidades da Argentina pararam nesta quinta-feira (10), com a paralisação geral promovida por trabalhadores contra o governo da presidente Cristina Kirchner. Sindicados estimas que pelo menos 1 milhão de pessoas cruzaram os braços e foram às ruas da capital portenha, reivindicar aumento salarial e contra a desvalorização da moeda e altos índices de inflação. Na capital, ônibus, metrôs e trens não funcionaram. O Aeroporto Internacional Ezeiza e o Aeroparque, tiveram voos cancelados desde o início da manhã. Companhias aéreas argentinas e brasileiras cancelaram voos do Brasil para o país vizinho.
Em Posadas, capital da província de Misiones, trabalhadores sindicais, da gastronomia e segurança privada, se reuniram em frente ao prédio do Governo, na Praça 9 de Julho. Eles pedem reajuste de 35% nos salários. Governistas criticam os grevistas dizendo que a paralisação é política.
Em Puerto Iguazú, na fronteira com Foz do Iguaçu, a paralisação geral afetou o transporte público e postos de combustível. Agências bancárias também não funcionaram. Alguns moradores foram para frente da Imas – empresa responsável pelo fornecimento de água – protestando contra a constante falta de água em bairros da cidade. Segundo a empresa, apenas 20% da população paga pelo serviço de água, o restante possui postos artesianos ou ligações irregulares.
A Argentina tem 40 milhões de habitantes que enfrentam uma grave crise econômica, com a constante queda do peso, que em janeiro despencou 11% em um dia, sendo a maior que diária desde 2002. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec), órgão oficial do governo, a inflação terminou 2013 em 10,9%. Órgãos independentes, no entanto, anunciam que o governo está maquiando os números e a inflação já chega a 28%.