Josue Calebe
Na quarta-feira (2), Leia Leoni Viana, esteve em Foz do Iguaçu e recebeu homenagens ao visitar a Guarda Mirim, entidade que presidiu por 11 anos. Acompanhada de ex-guardas mirins, dona Leia se emocionou ao ouvir a banda, e relembrou as dificuldades enfrentadas no início do projeto. “Não tínhamos condições de comprar instrumentos, eu saia nas empresas pedindo um aqui outro ali, ver vocês aqui hoje é gratificante”.
Esposa do Coronel Clóvis da Cunha Viana, prefeito de Foz do Iguaçu de 1974 a 1984, Leia fundou a Guarda Mirim de Foz em 1977, projeto social de auxílio ao jovem de 14 a 18 anos. Estima-se que cerca de 40 mil adolescentes já passaram pela instituição em 37 anos de existência.
“Viemos pra cumprir uma obrigação, que seria meu marido prefeito de Foz do Iguaçu. Mas chegando aqui, no primeiro dia que ele assumiu, eu conheci o “primeirinho” guarda mirim, que tava sentadinho escovando sapato de quem passava no hotel Salvati, ai eu perguntei pra ele, você estuda? Não senhora. Você tem pai? Não senhora? Você tem mãe meu amor? Ela é bêbada. Ai ele disse, vou te levar pra conhecer meus amigos, e me levou na Avenida Brasil e eu voltei com nove, que foi o início da Guarda Mirim.”
Atualmente Leia Viana reside em Curitiba, mas afirmou que não pretende perder contato com a instituição. “Eu aprendi mais com eles, eu tenho a impressão que eu levei vantagem, não os guarda mirins. Porque eu vim pra cá, primeiro, só tinha eu de filha mulher. Segundo, casei com um homem mais velho que fazia todas as minhas vontades. Então pra mim o mundo era um mundo fácil, simples, dava importância a roupa, coisas vazias. E dentro da guarda mirim foi que aprendi a ser gente, a viver realmente a vida, por que eu vivi, não a minha, eu levei 11 anos vivendo a deles” contou.