Antes, um espaço ocupado pelos milhares de barrageiros que vieram a Foz do Iguaçu para construir a usina que se tornaria a maior geradora de energia do planeta. Hoje, um núcleo de conhecimento, pesquisa e desenvolvimento. Há exatos dez anos, no dia 1º de abril de 2004, começava a ser construído o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI). As casinhas coloridas, antes repletas de dormitórios, hoje abrigam empresas, universidades e tecnologia.
A imagem do diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, acertando a marretadas uma das paredes da obra é histórica. Para o superintendente da Fundação PTI, Juan Carlos Sotuyo, é também simbólica: “A marreta era um sinal de que a máxima autoridade brasileira da Itaipu encabeçava um processo irreversível, a construção do que simboliza a missão ampliada da empresa, colocando sua inteligência a serviço do desenvolvimento da região”.
“Parece que foi ontem”, lembra o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek. “Pensar que aquela estrutura seria destruída, e hoje ali estão tantas universidades, instituições, empresas… Aproveitamos a inteligência de todo o País para construir a Itaipu, e o PTI é a prova de que essa inteligência ficou aqui e rendeu muitos frutos.”
Daquela famosa marretada até hoje, o PTI vem se consolidando como um polo de saber, reunindo as mais diversas formas de produção de conhecimento. De acordo com sua missão, o foco são as soluções voltadas à água, energia e turismo, bem como a promoção do desenvolvimento regional, com ênfase no empreendedorismo.
Atualmente, três universidades estão instaladas no Parque: a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). São aproximadamente 3.600 estudantes. Sem falar nos pequenos, que visitam a Estação Ciência e o Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho para ver de um outro jeito aquilo que aprendem na escola.
Também estão no PTI instituições como o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), coordenado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), o primeiro centro do mundo voltado exclusivamente para as tecnologias do biogás; o Laboratório das Águas; o Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb); o Ñandeva; e o Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata.
E o Parque não para de crescer. Recentemente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) aprovaram a instalação de um escritório do Programa de Desenvolvimento Local, vinculado ao Pnud, no PTI. O espaço também abriga o escritório regional da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop); um escritório descentralizado da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO); e será sede do primeiro centro de excelência do futebol feminino do Brasil.
Cada vez mais abrangente, e sem perder a visão de fomentar o desenvolvimento e o conhecimento, o Parque Tecnológico Itaipu segue honrando seu propósito e incentivando cada vez mais a integração na fronteira. “O processo de integração da América Latina tem na região trinacional um verdadeiro laboratório vivo, que merece ser analisado e compreendido para propor políticas de integração social, cultural e de desenvolvimento sustentável”, finaliza Sotuyo.
PTI