O plantio das culturas de inverno iniciou no Paraná e a expectativa é que o volume de produção possa atingir até 4,2 milhões de toneladas de grãos, quase o dobro da safra passada. No Estado, o plantio de trigo é o carro-chefe das lavouras de inverno, cuja área plantada está aumentando 23% e se as condições de clima forem favoráveis será colhida a maior safra já vista no Estado. A previsão de safra, incluindo as lavouras de inverno, foi divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
Segundo o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o clima é de otimismo no campo, apesar das frustrações de safra ocorridas no início deste ano por causa do calor excessivo e falta de chuvas. “O agricultor paranaense não desanima e ele vai buscar a compensação com as lavouras de inverno”, afirmou.
Entre as lavouras de inverno e verão, o Paraná deverá colher uma safra total de 35,4 milhões de toneladas de grãos, uma redução de apenas 3% em relação ao volume colhido no ano passado que atingiu 36,3 milhões de toneladas.
A área plantada com os grãos de inverno deverá crescer 15% passando de 1,3 milhão de hectares plantados no ano passado para 1,5 milhão de hectares que deverão ser ocupados esse ano. A cultura do trigo vai ocupar 1,2 milhão de hectares quase a totalidade da área. O restante será ocupado por lavouras de aveia, canola, centeio, cevada e triticale.
Segundo o Deral, a maioria dos produtores que não plantou o milho safrinha, porque estava desestimulada pelo preço do grão no mercado, migrou para o plantio de trigo, cujo preço está mais atraente no mercado. O plantio de trigo está crescendo mais nas regiões Norte e Oeste do Estado. Em função desse crescimento de área, a safra pode atingir um volume de 3,6 milhões de toneladas, a maior produção que esse Estado já viu, disse o chefe da conjuntura do Deral, Marcelo Garrido.
Conforme o relatório do Deral, o clima regularizou, as chuvas voltaram e as lavouras que estão em campo como soja, milho e feijão da segunda safra estão se desenvolvendo bem. O milho safrinha está com uma previsão de produção de 10 milhões de toneladas e o feijão da segunda safra poderá atingir um volume de 490,3 mil toneladas, cerca de 44% acima da safra colhida em igual período do ano passado que somou 339,3 mil toneladas.
O plantio de soja safrinha superou as expectativas e a área plantada cresceu 38% no Estado, passando de 80.887 hectares para 111.868 hectares. A produção poderá atingir um volume de 211.135 toneladas, 62% acima do volume colhido no mesmo período do ano passado, que foi 130.135 toneladas.
REAVALIAÇÃO – Passada a preocupação com a falta de chuvas do início do ano que prejudicou principalmente as lavouras de soja de verão, agora é hora de reavaliar a safra. E nessa reavaliação, com o avanço da colheita, o Deral está prevendo uma safra de 20,5 milhões de toneladas de grãos de verão.
Conforme as pesquisas de campo, as perdas com a soja foram estancadas. Cerca de 79% da soja está colhida e o Deral confirma uma redução de 12% na safra que corresponde a uma queda de dois milhões de toneladas no volume de produção. A safra de soja, cuja estimativa inicial apontava para uma colheita de 16,5 milhões de toneladas, caiu para 14,5 milhões de toneladas, ainda uma grande safra, ressaltou o secretário Norberto Ortigara.
O Deral confirma também redução para as lavouras de milho da primeira safra, mas em menor escala. A estimativa inicial apontava produção de 5,61 milhões de toneladas do grão e a estimativa atual revela que poderão ser colhidas 5,43 milhões de toneladas, uma redução de 185 mil toneladas.
De acordo com o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, as perdas nas lavouras de milho foram mais acentuadas na região Norte do Estado. Mas elas foram compensadas pela produção de milho da região Sudoeste que foi acima das expectativas, com produtividade maior do que a projetada inicialmente.
Por fim, as estimativas divulgadas nesta quinta-feira pela Secretaria da Agricultura levam em conta condições de clima normais durante o outono e inverno, o que é determinante para confirmação do plantio, condução das lavouras e colheita, afirmou o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Carlos Simioni.
AEN