O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa – preso ontem (20) no Rio de Janeiro por suspeitas de envolvimento com doleiros investigados por lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, da Polícia Federal – deverá ser encaminhado ainda hoje (21) à Superintendência da Polícia Federal (PF) no Paraná, onde será interrogado. O mandado de prisão teve por base indicações de que ele tentava “retirar e esconder” provas que poderiam ajudar a PF na investigação contra a organização criminosa que, segundo os investigadores, movimentou cerca de R$ 10 bilhões nos últimos três anos.
Na segunda-feira (17), quando teve início a operação que resultou na prisão de 24 pessoas e do ex-diretor da estatal, a PF fez diversas buscas. Uma delas foi na casa de Paulo Roberto da Costa, onde foram encontrados montantes de R$ 751,4 mil e de US$ 181,45 mil em espécie. Agora, os investigadores querem ouvir as explicações dele também sobre isso.
As suspeitas foram reforçadas depois que a PF constatou que Costa teria ganhado uma land rover do doleiro Alberto Youssef, alvo de outras investigações da PF – entre elas o caso Banestado.
A Operação Lava Jato já apreendeu, além de dinheiro, documentos e carros de luxo, obras de arte e joias em seis estados e no Distrito Federal. Na capital federal foram presos três suspeitos. Um deles, o dono de um dos maiores postos de combustíveis da área central de Brasília, próximo à Torre de TV, onde também funciona uma lavanderia e uma casa de câmbio. Os doleiros investigados são responsáveis pela movimentação financeira e pela lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes como corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e desvio de recursos públicos.
A operação foi chamada Lava Jato porque o grupo usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar os valores. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal no Paraná. São cumpridas também ordens de sequestro de imóveis, além da apreensão de patrimônio adquirido por meio de práticas criminosas, bloqueio de contas e aplicações bancárias.
Agência Brasil