Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 5% em 2013, segundo estimativas do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) divulgadas nesta quinta-feira (27). A expansão é mais que o dobro do que a taxa de 2,3% registrada pela economia do País, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o economista Francisco José Gouveia de Castro, do Ipardes, apesar das interferências negativas do ambiente nacional, a evolução do PIB paranaense foi assegurado por fortes diferenciais. Entre eles, a recuperação dos níveis de renda do agronegócio, depois dos prejuízos causados pelas adversidades climáticas em 2012; os investimentos industriais e a vitalidade do mercado de trabalho, garantindo o prosseguimento de uma tendência vigente desde o início da atual gestão do governo estadual, marcada pelo maior dinamismo econômico. De 2011 a 2013, a taxa de crescimento médio anual do PIB estadual alcançou 4,2%, ante 2% do PIB brasileiro. Francisco Gouveia ressalta que o bom desempenho da economia paranaense é atestado por pesquisas de entidades nacionais como o IBGE, Ministério do Trabalho e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
“Mesmo com a continuidade do cenário macroeconômico pouco propício, a expansão da economia paranaense deve prosseguir em 2014, como reflexo dos alicerces mais sólidos das atividades produtivas do Estado, reforçados pelos programas e do governo estadual”, afirma Francisco de Castro. Ele lembra que o programa Paraná Competitivo já atraiu mais de R$ 26 bilhões em investimentos industriais privados, tanto nacionais quanto multinacionais, que impulsionarão a economia do Estado no futuro.
AGRICULTURA E INDÚSTRIA – Em 2013, o Estado colheu uma safra recorde de verão, que suplantou 23 milhões de toneladas, com acréscimo de 31% em relação ao ano anterior. Foram destaques a produção de soja (46% maior que em 2012) e milho (8%). No geral, considerando também a safra de inverno, o volume de grãos produzido no Estado superou a marca de 36 milhões de toneladas: 17,7% a mais que em 2012, a despeito dos prejuízos provocados pelas geadas no mês de julho.
Na indústria, a produção do Estado, mensurada pela Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, apresentou crescimento de 5,6% em 2013, contra incremento de apenas 1,2% em nível nacional. Esse desempenho foi o segundo melhor entre os Estados, atrás apenas do Rio Grande do Sul (6,8%). Merecem destaque os ramos de veículos automotores (com crescimento de 18,3%), máquinas e equipamentos (13,7%) e produtos químicos (4,4%).
Em relação ao comércio exterior paranaense, foi registrado aumento de 3% das exportações em dólares em 2013. O aumento se deveu ao desempenho dos complexos soja, carnes e automotivo. As importações declinaram em 0,2%. No País, houve recuo das vendas externas e considerável aumento nas importações.
No que se refere ao comércio interno, as vendas reais do varejo paranaense registraram ampliação de 7% no ano passado, frente acréscimo nacional de 3,6%. No Estado, a expansão foi puxada pelos ramos de combustíveis (11,9%), veículos (7,2%), produtos farmacêuticos e de perfumaria (11%), eletrodomésticos (10,2%), material de construção (9,5%), artigos de utilização doméstica (9,1%) e livros, jornais e revistas (8,6%).
MERCADO DE TRABALHO – Está entre os fatores do crescimento do Paraná, também, o aquecimento do mercado de trabalho. Segundo o IBGE, o efetivo de mão de obra da indústria do Paraná cresceu ininterruptamente por 41 meses, entre março de 2010 e julho de 2013, contra queda de 24 meses seguidos do País, até setembro de 2013. Mesmo com os declínios de 0,9% e 1,1% registrados em agosto e setembro, o emprego fabril paranaense variou 0,08% no período janeiro-dezembro de 2013. No Brasil houve recuo de 1,1%. O desempenho do Paraná foi o segundo melhor do Brasil, atras de Santa Catarina (0,9%). Aliás, somente Santa Catarina e Paraná exibiram ampliação no contingente de mão de obra utilizado pela indústria em 2013.
Estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que o Paraná foi o terceiro maior gerador de ocupações com carteira assinada no território brasileiro em 2013, respondendo por 8,1% das vagas líquidas abertas, ficando atrás somente de São Paulo (24%) e Rio de Janeiro (9%), estados com dimensão demográfica muito superior.
O interior do Estado ficou com 80% dos postos formais criados em 2013. “Ressalte-se que o aumento da participação do pessoal ocupado com carteira assinada no interior vem acontecendo concomitante à preservação do baixo desemprego na Região Metropolitana de Curitiba, que ostenta os menores patamares de desocupação e os níveis mais elevados de rendimento por trabalhador, quando comparada com outras seis regiões metropolitanas brasileiras”, lembra o economista do Ipardes. (AEN)