Durante seção na Câmera de Vereadores de Cidade do Leste, os parlamentares criticaram os comerciantes estrangeiros que proíbem funcionários paraguaios de falar em guarani durante o trabalho. Eles pedem a intervenção da Justiça e do Ministério do Trabalho, para coibir a prática ilegal, que fere o artigo da Constituição que estabelece os idiomas espanhol e guarani como oficiais em todo território paraguaio.
Além de proibir o idioma nativo, alguns dos proprietários de lojas do Shopping Binta King, também estariam obrigando os funcionários a manterem uma carga horária de 12 horas e intervalo para almoço de 20 minutos.
Após a denúncia feita pelo jornal Diário Vanguardia, de Cidade do Leste, no início desta semana, a população começou a se manifestar nas redes sociais contra os empresários estrangeiros. Algumas denúncias também começaram a ser vinculadas nas redes sócias.
O presidente da Câmara de Vereadores, Nery Jara, disse ainda que chama a atenção o fato de uma empresa de capital estrangeiro, acolhida com hospitalidade em Cidade do Leste, proíba o uso do guarani. Outro vereador, Juan Ángel Núñez, falou sobre a necessidade que medidas sejam tomadas contra esses comerciantes. “É uma vergonha que em nosso país não possamos falar em nosso idioma”, manifestou.
Os vereadores lembraram ainda de autdoors e fachadas de lojas com escrita em outros idiomas, principalmente o português, o que é proibido.
Já o vereador Alberto Rodríguez, entende a proibição dos comerciantes em exigir que os atendentes sejam compreendidos pelos clientes estrangeiros que procuram o comércio paraguaio. “Estamos em uma região comercial, se for exigido falar guarani vai ser difícil a comunicação. Nesse horário curto de trabalho, falar outro idioma não vai acabar com o patriotismo da pessoa”, argumentou.
O presidente da Associação de Trabalhadores e Comerciantes de Cidade do Leste, Javier Miranda, participou da sessão e afirmou que empresários estrangeiros estão se “adonando” da cidade. “Proibir de falar em guarani não é mais do que o resultado da ausência das autoridades na capital departamental”.
O empresário e presidente da Federação de Comércio da Cidade do Leste, Tony Santamaría, defende a orientação dos gerentes do Shopping Bonita King. Para ele, a proibição é uma estratégia de venda e deve ser analisada em que contesto não é permitido falar o idioma.
Informações do Diário Vanguardia