Policiais federais cruzam os braços em todo o Brasil e iniciam a paralisação batizada “Apagão da Polícia Federal”. A representante do Sindicado dos policiais federais em Foz do Iguaçu, Bibiana Orsi, participou do programa Contraponto da Cultura, na manhã de terça-feira, 25, e falou sobre o objetivo da paralisação e a atual situação da PF.
Orsi contou que esta paralisação, que iniciou às 10h de terça-feira, 25, terá a duração de 48 horas em todo o País. A representante explica que os policiais federais cumprem uma agenda nacional, – dia 11 de fevereiro aconteceu a primeira paralisação do ano e durou 24 horas, – a atual paralisação terá o tempo de 48 horas, e outra manifestação está marcada para inicio de março com a duração de 72 horas e assim em diante -. “Nosso principal objetivo é sensibilizar o Governo Federal que vem sucateando a segurança pública no país.” Disse.
Em Foz do Iguaçu, Orsi falou sobre a atual situação da instituição e os problemas que vem enfrentando. Segundo a sindicalista, o orçamento é um dos principais problemas que afeta as ações dos policais federais. Ela conta que em 2013 a união destinou à Foz do Iguaçu uma unidade administrativa independente e R$ 11 milhões e este valor sofreu redução em 2014, “neste ano foram destinados apenas R$ 6 milhões e, o ano nem começou, já em fevereiro começaram a pedir cortes no orçamento, ou seja, vai faltar combustível, carro quebrado que não vamos poder arrumar e os problemas vão surgindo.” Ressaltou.
A representante do sindicado chama a atenção, também, para a falta de concurso público, a falta de estrutura, a defasagem do salário e os cortes no orçamento da Polícia Federal. “E quem resultado da polícia?” Indagou Orsi, dizendo que a denuncia da polícia é clara e pede por socorro. Só em 2013, segundo ainda a representante, 230 policiais federais pediram demissão e há a falta de três mil policiais federais no quadro.
“Na verdade todos os profissionais, da segurança publica, vêm questionando isso, cada um em sua esfera, por exemplo, policial civil e militar.” Disse Orsi e ressaltou que depois de um intenso trabalho parlamentar o sindicado conseguiu que, atualmente, esteja tramitando dois projetos de emenda constitucional que tratam de segurança. A PEC 51 – que trata de um novo modelo de segurança publica precisa ser abraçada pelo povo e a PEC 73 – que trata do remodelamento das carreiras de segurança pública.
Um dos problemas observados pela representante, foi o pouco recurso que a Polícia Federal recebe e a maneira que são administrados, “são mal distribuídos”.
Orsi disse também que a má administração do orçamento da polícia é existente, pois os cargos de gestores da pasta são administrados por pessoas políticas e não por um policial que entrou na base, se qualificou e se tornou em um verdadeiro gestor de segurança pública. “Por este motivo as greves da policia militar, a própria policia federal que esta há cinco anos pede socorro.” Afirmou.
Outro exemplo de falha da segurança pública, segundo Orsi, é a própria Guarda Municipal, “que é o “tapa buraco” da segurança pública, pois os guardas municipais são formados para serem vigilantes patrimoniais dos municípios e são transformados em policiais por falta de segurança. Não é só a PF que esta agonizando e sim a segurança pública e sabemos que a culpa vem de falhas no governo.” Finalizou.