Uma das Sete Maravilhas da Natureza completa 472 anos de descobrimento nesta sexta-feira (31). As Cataratas do Iguaçu, entre as cidades de Foz do Iguaçu (Brasil) e Puerto Iguazú (Argentina), é um dos destinos turísticos mais conhecidos, visitados e fotografados do mundo, com mais de 1,5 milhão de visitantes por ano apenas no lado brasileiro, sendo o local que mais recebe turistas estrangeiros no Brasil, junto com Rio de Janeiro e Florianópolis.
As Cataratas foram descobertas por Alvãr Nuñes Cabeza de Vaca, grande explorador espanhol, que nasceu em Jerez de la Fronteira, sul da Espanha, em 1507 e faleceu em Sevilha, em 1559. Antes de passar pelo rio Paraná e Iguaçu, ele estivera na América do Norte, onde percorreu a região do Mississípi, Arkansas, Colorado, Novo México e Arizona, atingindo em 1536 a Califórnia.
No dia 31 de janeiro de 1542, Cabeza de Vaca comandava uma expedição de espanhíes, que atravessou a região, habitada pelos índios Caiagangue e Tupi-Guarani, rumo à colônia de Assunção, ponto estratégico para os espanhóis alcançarem o império Inca. Dentre inúmeros obstáculos enfrentados durante a viagem, ao descer o rio de canoa à procura de uma rota para Assunção, no Paraguai, o desbravador só teve tempo de gritar “Santa Maria, que beleza!”, ao avistar pela primeira vez as cataratas. Assim, com sorte e habilidade para escapar da terrível armadilha do rio, Cabeza de Vaca entrou para a História por seu feito e por sua frase célebre. Ele foi o primeiro branco, cristão e nobre a registrar as Cataratas do Iguaçu. Mas, ao encontrar o abismo de água, batizou-as de Saltos de Santa Maria. Mais tarde elas se tornaram conhecidas pelo nome definitivo, Cataratas do Iguaçu. YGUAZÚ, para os índios guaranis que havia mais de 2 mil anos habitavam a região, significa “água grande”.
Bela e inacessível, a região somente voltaria à cena no século XVIII, quando os jesuítas se estabeleceram na área para catequizar os índios. No meio tempo, porém, continuou alvo de disputa entre espanhóis e portugueses. Aliás, a delimitação do território seria definida somente após a independência da Argentina, do Paraguai e do Brasil.Nas primeiras décadas deste século, a região permaneceu isolada e despovoada. Os raros visitantes, porém, não poupavam elogios à exuberância do local.
Alberto Santos Dumont, pioneiro da aviação, foi um dos entusiastas. Visitou as Cataratas em abril de 1916 e tão impressionadas com elas ficou, que teria se comprometido a lutar para que ali fosse criado um parque público. Em 28 de julho daquele mesmo ano, Affonso Alves de Camargo, Presidente da Província do Paraná, tornou públicas as terras que abrigam as Cataratas.