O sonho de conquistar o mundo durou pouco para o Atlético Mineiro. Um jogo, para ser exato. Em Marrakech, cidade que abrigou a equipe e cerca de dez mil torcedores esperançosos nos últimos dez dias, o Galo não conseguiu passar pelo surpreendente Raja Casablanca, campeão local, que voltou a vencer no fim, por 3 a 1, fazendo sua fanática torcida explodir de alegria, exatamente como já havia acontecido nas duas partidas anteriores, em Agadir.
O Galo extremamente ofensivo da Libertadores e dos últimos anos não conseguiu furar o bloqueio marroquino e ainda cedeu muitos espaços na defesa, com Iajour, Moutaouali e Mabide aproveitando e decidindo o jogo em contra-ataques. Ronaldinho ainda tentou, marcou um lindo gol de falta e liderou a equipe principalmente no segundo tempo, mas não evitou um decepcionante tropeço. No fim, ainda em campo, foi reverenciado pelos próprios jogadores rivais. Mas, àquela altura, nada colocaria um sorriso em seu rosto.
Os torcedores, a grande arma do Raja, fizeram enorme festa desde o início, como em Agadir, mas desta vez encontraram adversários à altura também nas arquibancadas. Em grande número, os atleticanos cantaram forte, ao menos equilibrando o que antes parecia ser uma disputa desigual. Dentro de campo, mais equilíbrio, com muito estudo nos primeiros momentos e um festival de chances para cada lado a partir dos 20 minutos.
E foi do Atlético a primeira chance real, quando Lucas Cândido cruzou da esquerda e Jô tocou de carrinho, com a bola encobrindo Askri e saindo por pouco. Dez minutos depois, e de novo pela esquerda, Fernandinho pegou a sobra do cruzamento e chutou cruzado, raspando o poste.
Ao mesmo tempo em que pressionava no ataque, o Galo deixava espaços na defesa, que por pouco não foi surpreendida em duas ocasiões: na primeira, quando Moutaouali pegou de primeira um cruzamento da esquerda, para grande defesa de Victor; e a segunda, quando o mesmo Moutaouali recebeu entre os zagueiros, avançou na área e chutou cruzado, dando enorme susto.
Jô ainda perderia outras duas boas oportunidades na área, quando tudo já estava de novo equilibrado, mas seria o Raja que voltaria muito mais animado na segunda etapa. Logo aos seis minutos, em um contra-ataque rápido, a zaga voltou a deixar espaço. Hafidi achou um lindo passe para Iajour, que chutou da entrada da área para fazer 1 a 0.
E a situação por pouco não ficaria pior pouco depois, quando Moutaouali, de novo sozinho pela direita, passou para Hafidi, impedido, mandar para as redes. O gol anulado foi como uma segunda chance para o Galo, que foi aos poucos reagindo após o susto. E Ronaldinho, mais presente no jogo, liderou a equipe com bons passes para Fernandinho e Diego Tardelli. Foi, no entanto, com sua habitual arma – uma cobrança de falta perfeita – que o craque apareceu mesmo, deixando Askri apenas olhando e empatando o jogo aos 18 minutois.
Era a chance de partir com tudo, com Ronaldinho comandando a equipe e buscando espaços, mas o Atlético não aproveitou. Pior: com o tempo passando e sem conseguir assustar, os brasileiros voltariam a deixar espaço na defesa, Réver cometeria pênalti em Iajour e Moutaouali recolocaria os marroquinos na frente.
Já na base do desespero, o Galo pressionou, mas foi o Raja que fechou o placar no fim, com um terceiro gol de Mabide, já nos acréscimos. A campanha dos sonhos do Raja continua, agora para enfrentar o poderoso Bayern na final. O Atlético que acreditava muito, agora terá que se contentar com a luta pelo terceiro lugar.
Por FIFA