O Delegado Titular da Delegacia de Homicídio, Dr. Marcos Araguari, praticamente, deu por elucidado o crime de duplo homicídio registrado no dia 23 de novembro de 2013, no Bairro Porto Belo. As vítimas, mãe e filha, – Vilma Quintana Vera, 43 anos, e Monica Paola Quintana Barbosa, 14 anos -.
Informações repassadas por populares davam conta de que dois indivíduos que utilizavam uma motocicleta, de origem paraguaia, teriam desembarcado e adentrado no pátio de uma residência. A intenção da dupla era tirar a vida de um jovem identificado como sendo “Jorge Daniel”, 18 anos. Porém, a informação, segundo o Delegado, não era a verdade.
O inquérito policial apurou que na data de 28 de agosto de 2012, um irmão de “Jorge Daniel”, conhecido como sendo “Diego”, teria participado de outro duplo homicídio, fazendo como vítimas fatais: Alisson de Souza de Moura, 15 anos, e Célio de Moura, 32 anos, além de uma vítima sobrevivente, identificada, na época, como Marcelo de Moura Dresch, 24 anos. Todas as vítimas sendo da mesma família.
A polícia apurou na primeira investigação, que Jorge Daniel teria supostamente emprestado uma arma para Diego para que ele praticasse os crimes, possivelmente incentivado – também de acordo com as investigações – por Vilma e Monica Paola, respectivamente, mãe e irmã de Jorge Daniel e de Diego.
Diego acabou sendo preso e processado pelo duplo assassinato e, também pelo crime registrado em 2012. Ele foi a júri popular e posteriormente inocentado, pois segundo informações preliminares, Marcelo de Moura Dresch (vitima e testemunha), voltou atrás em seu depoimento. A mudança de depoimento levou os jurados a entender que Diego não poderia ser condenado pelos crimes, por não ter ficado claro que era, de fato, o autor dos disparos. Insatisfeitos com o resultado do julgamento, familiares das vítimas Alisson e Célio, que queriam a condenação de Diego, teriam jurado vingança, de modo a pretender exterminar toda a família deste.
Segundo o delegado Marcos Araguari, os suspeitos do assassinato de Vilma e Monica são duas pessoas da família das vítimas do primeiro duplo homicídio (ocorrido em 2012). Ambos já se apresentaram na Delegacia, acompanhados de uma advogada, após uma notificação formal.
“Esse dois homens, cujos nomes por enquanto não vamos divulgar, para não atrapalhar o andamento das investigações, estiveram na Delegacia de Homicídios, acompanhados de sua advogada, tendo os dois prestado informações já na qualidade de indiciados. Seus interrogatórios, por enquanto, serão mantidos em sigilo”, disse. Informações preliminares da perícia dão conta que as vítimas foram sumariamente executadas, com tiros na cabeça e no tórax, o que reafirma que mesmo as duas mulheres eram alvos diretos da ação dos homicidas.
“Ainda não solicitamos à Justiça a prisão preventiva dos autores, pois com eles presos teríamos o prazo de 10 (dez) dias para o término das investigações e encaminhamento do inquérito para o Poder Judiciário, o que seria um período de tempo insuficiente para colher todas as provas que ainda são necessárias. Como os suspeitos se apresentaram, é provável que ambos permaneçam em liberdade, ao menos neste momento inicial. Em casos como este, a prisão dos autores pode, sim, ocorrer, mas é primordial coletar as provas sem pressa, de modo que toda a verdade fique esclarecida”, disse Araguari.