Por Daryanne Cintra
Aconteceu na noite de segunda-feira, 25, a cerimônia de abertura da Campanha de 16 dias de ativismo mundial pelo fim da violência contra as mulheres. O evento foi na Praça da Paz, e contou com a representatividade do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Foz do Iguaçu, da Secretaria Municipal de Assistência Social, da Família e Relações com a Comunidade e da Rede de Atendimento as Mulheres Vítimas de Violência.
Durante o encontro, a secretária Municipal de Assistência Social, Claudia Pereira, disse que o trabalho tem sido intenso na implantação do novo espaço do CRAM – Centro de Referência da Mulher, em Foz. “O foco do Centro é atender não só mulheres da cidade, mas também de toda a região. E ações como essa é justamente para alertar a população que agressão nos dias de hoje é algo que não podemos admitir. A mulher é um elo importante na sociedade”, disse.
Desde que o CRAM foi criado, 1580 mulheres já foram atendidas, e só no último mês foram 80 atendimentos. De acordo com a coordenadora Fátima Dalmagro somente na segunda-feira (25) pela manhã, 6 mulheres foram atendidas por terem sido agredidas durante o final de semana. “Prestamos ajuda com assessoria jurídica, psicológica, assistência social, ajuda com sociólogos e educadores sociais, que fazem a primeira abordagem com a mulher vítima de violência”, explicou.
Além disso, a coordenadora ressalta que, conforme chega o verão os números de agressões crescem. “Acreditamos que nesse período as pessoas ingerem mais bebidas alcoólicas, e pelo visto o comportamento muda. Registramos agressões graves, mulheres bastante machucadas e com muitos hematomas. Nosso objetivo é mostrar para a mulher que ela não pode aceitar ser vítima de violência doméstica, e para ajudar prestamos um acompanhamento de 6 meses”.
Para o próximo ano, o CRAM e a Secretaria de Assistência Social, estudam um projeto que visa viabilizar a inserção dessas mulheres, vítimas de violência, no mercado de trabalho. “Estamos tentando parcerias com empresas que possam qualificar essas mulheres, e posteriormente dar a oportunidade de ingressarem em alguma profissão. Muitas mulheres não encaram a situação por conta da dependência financeira, por não ter como sustentar os filhos”, contou Fátima.
Várias Mulheres atendidas pela Casa de Apoio Feminina compareceram ao evento e reafirmaram o posicionamento contra toda forma de preconceito, discriminação e opressão. Vanda Maria da Silva disse que além de ser agredida pelo marido foi viciada também. Ela conseguiu se separar e se livrar das drogas, e cria sozinha os 4 filhos. “Estou na casa, muito feliz, me recuperando e renascendo. Recebo muito apoio de pessoas que passaram pelo mesmo que eu, e de profissionais que estão ali para orientar o que for necessário. Eu aprendi que sou uma rosa, não para ser mal tratada, e sim para ser bem tratada”, falou.