Uma mãe de aluno foi até a Delegacia da Polícia Civil de Foz do Iguaçu na tarde de quarta-feira (13) com a queixa de que estariam acontecendo irregularidades na Escola Municipal Getúlio Vargas, na Vila Adriana, durante aplicação da Prova Brasil, na terça-feira, que serve de parâmetro para avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo a mãe, Silvânia Weber da Silva, o aluno teria terminado a prova e em seguida informado que os professores teriam indicado aos alunos as questões que deveriam ser marcadas no caderno de respostas e também cartazes fixados nas paredes que facilitariam o preenchimento das respostas corretas. O aluno tem 10 anos e está na quinta série do ensino fundamental.
De acordo com informações do delegado Civil Geraldo Evangelista, que abriu o Boletim de Ocorrências, a mulher será ouvida em cartório sobre os fatos e as providências serão analisadas, consequentemente cópias serão entregues ao Ministério Público e também a Secretaria de Educação de Foz do Iguaçu. “Não sabemos ainda quais os professores aplicaram as provas, iremos levantar isso em declarações, iremos levantar outras diligencias. A parir da análise preliminar dos fatos, vislumbra-se uma conduta irregular do ponto de vista administrativo, e eventualmente podem resultar em sanções do ponto de vista administrativo para esses professores que podem ter facilitado as respostas”, disse o delegado.
Segundo Silvânia, antes da aplicação da Prova Brasil, os pais foram chamados à escola onde foram lembrados do bom desempenho da cidade no último resultado do Ideb, onde Foz do Iguaçu conseguiu a melhor nota entre escolas de ensino fundamental do país. Durante a reunião de pais e mestres, foi pedido para que os pais orientassem e mandassem os filhos para o reforço.
“Um pai questionou a respeito desses resultados terem sidos fraudados e os professores e diretora ficaram bem revoltados e eu achei que era uma coisa séria. Só que daí de manhã meu filho ia para a aula, a tarde para o reforço e a noite tarefa de casa. Durante um ano inteiro o meu filho, assim como outros alunos daquela turma, foram bem sacrificados. Hoje pela manhã eu disse para meu filho dar o melhor na prova do Ideb. Quando voltou pra casa meu filho e o coleguinha dele disseram que foi muito fácil a prova e o professor ajudou muito a gente. Daí eles foram explicando que os professores foram colando cartazes nas paredes da sala, com algumas questões que eles achavam que iam cair na prova e que se alguém perguntar deveriam dizer que já estava desde o início do ano”, relatou a mãe. dizendo ainda, que não teve acesso às outras crianças e não conheço os outros pais, que poderiam confirmar a denúncia.
Após saber da denúncia, o jornalismo da Rádio Cultura procurou na manhã de quinta-feira (14) outras mães de alunos da Escola Getúlio Vargas. Beatriz Gimenez, com filho no primeiro ano do fundamental, relata que os alunos são bem preparados e os professores competentes. “O tratamento e o estudo são excelentes, não tem nem o que reclamar. A prova do Ideb, como qualquer provão, é feito com normas, então não tem porque o professor estar fraudando ou passando cola. Acho que a prova é bem formulado e os professores estão ali pra ajudar os alunos”, disse a mãe informando que os cartazes sempre estiveram nas salas de aula.
A diretora da Escola, Márcia Solange Sebastiane Canz, diz que foram realizadas aulas de reforço desde o início do ano, com a dedicação dos professores para que os alunos fossem bem na prova. “Os cartazes são permitidos, nunca foi dito que não pode ter cartazes, todas as salas tem cartazes. Quanto a um olhar na prova do outro, as provas são aleatórias e não tem como um aluno olhar na prova do outro. Então isso é uma coisa totalmente incabível”, disse a diretora, informando ainda que a prova é aplicada por uma professora de outra escola.