A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai intensificar o monitoramento nos preços do transporte aéreo a partir de agora, e os representantes das companhias Gol, TAM, Azul e Avianca se comprometeram a usar absoluta clareza nas informações de preços, rotas e demais informações para o usuário, de acordo com a secretária nacional do Consumidor (Senacon), Juliana Pereira da Silva.
O compromisso foi firmado durante reunião hoje (31) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que envolveu as empresas, a Anac, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e representantes dos ministérios da Fazenda, do Turismo e da Casa Civil da Presidência da República. Todos com o objetivo de esclarecer informações divergentes sobre reajustes de preços das passagens aéreas nos últimos anos.
Enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fala em reajuste real (acima da inflação) de 131,5% de 2005 a 2012, a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) sustenta que o preço médio da passagem caiu de R$ 575,47 para R$ 294,83 no período analisado, com redução nominal de R$ 280,64 (-48,77%), ante inflação de 50,17%.
Depois da reunião, Juliana Pereira disse que o importante é que haja clima de tranquilidade na oferta do serviço aéreo, tanto em tempos de normalidade como em períodos de maior demanda, por exemplo, durante a Copa do Mundo de 2014, que coincidirá com época de férias. Ela alertou que “qualquer prática de preço abusivo será coibida”.
Também participaram da entrevista com a imprensa o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, e o diretor-presidente da Anac, Marcelo Guaranys. Sanovicz disse, na ocasião, que é preciso muito cuidado nas análises de preços, pois não se pode medir preços com base em projeções, que nem sempre são operadas. Como os preços de passagens têm comportamento dinâmico, e podem mudar a qualquer momento, dependendo da demanda, a comparação deve ser pelas tarifas efetivamente comercializadas.
Quanto à preocupação com possível aumento da demanda de passageiros na Copa do Mundo, ele destacou, com base nos dois últimos torneios de futebol (Alemanha, em 2006, e África do Sul, em 2010) que durante a Copa o tráfego aéreo diminui. Em caso de necessidade de mais frequências de voos para as cidades-sede de jogos, em datas específicas, é só botar voos extras, de acordo com a demanda.
“Não haverá”, segundo ele, “uma malha aérea para a Copa”. Até porque só 25% a 28% dos voos serão impactados pelos jogos, em rotas específicas. O cenário não é, portanto, para correr e se antecipar na compra de passagens na época da competição da Federação Internacional de Futebol (Fifa), até porque nem foi feito ainda o sorteio dos dias de jogos em cada cidade, destacou.
Por, ABC