Por Daryanne Cintra
A comunidade iguaçuense lotou na noite de terça-feira (23), o plenário da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu. A audiência pública começou por volta das 19h30, e teve como assunto principal a Acessibilidade em Foz do Iguaçu. A sessão contou com a participação de um interprete de libras, para ajudar na comunicação do que foi debatido.
Conforme explicou o vereador Gessani, a proposta da audiência foi levantar a discussão sobre as dificuldades da falta de acessibilidade no município. “As problemáticas são várias, e conversando com alguns surdos, a maior delas está no atendimento dos setores públicos. Além disso, os cadeirantes também se queixam da falta de acessibilidade nas calçadas da cidade, principalmente nos bairros”, disse.
Ainda de acordo com Gessani, uma comissão na área da acessibilidade, foi formada pela Secretaria de Planejamento do município, para que todas as questões expostas na sessão possam ser avaliadas.
Já o secretário de Planejamento, Giancarlo Schetini disse que as mudanças vão acontecer através de uma ligação entre a consciência social, o poder fiscalizatório e o poder do estado. “Dessas três, a principal é a consciência social. É necessário entendermos que, precisamos agir para facilitar a vida do próximo. Várias são as demandas, como por exemplo, banheiros públicos adequados, plano de modernização. E tudo isso devemos colocar tanto no plano diretor como no planejamento da própria prefeitura”, completou.
A sessão contou com a participação de várias associações da cidade, como no caso da Associação dos Deficientes Visuais de Foz do Iguaçu, presidida por Salete Maria Tomáz. Ela explicou que, a maior dificuldade ainda são as calçadas. “Muitas delas estão quebradas, e algumas não tem saídas corretas, umas dão em boca de lobo outras em árvores. Precisa melhorar muito”, disse.
Para o vice-presidente da Associação dos Surdos de Foz do Iguaçu (Assufoz), o que falta é conhecimento das pessoas sobre o uso da língua de sinais. “A nossa intenção é buscar pela valorização da comunicação em sinais. A discussão é para que a língua seja reconhecida, e para isso é preciso que ela seja conhecida por todos. É necessário esclarecimento, para que possamos participar de todos os ambientes sociais”, frisou.
“Você estaciona nas vagas da Avenida Brasil, e tem dificuldade para sair do carro, pois uma roda da cadeira fica na vaga e a outra na calçada. Falta planejamento. São pequenas ações que vão fazer a diferença no nosso dia a dia”, reforçou o presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência, Nelson do Carvalho.
Além disso, conforme explicou a vice-prefeita Ivone Barofaldi, as escolas estaduais também já se preparam para a acessibilidade. “Algumas instituições de ensino já estão com projetos prontos para serem executados, como no caso da Escola Castelo Branco de São Miguel do Iguaçu, que teve danos por conta de um vendaval. Mas, além dela, escolas de Foz também já estão adotando intervenções arquitetônicas de acessibilidade”, explicou.
Construção Irregular
Um caso que tem chamado à atenção da comunidade iguacuense, é a construção da rampa para cadeirantes, em frente á Sede do Conselho Municipal, no centro de Foz. Conforme explicou o conselheiro Gabriel Machado, a rampa foi construída em cima do relógio de água. “Provavelmente a Sanepar terá que quebrar a rampa para então ter acesso ao relógio. Além disso, quando a rampa foi construída ela pegou a metade da rua, por onde passa os pedestres. Por conta disso, fizeram uma calçada, e a faixa amarela não foi retirada, ou seja, os deficientes visuais que passarem por ali, corre o risco de bater na parede do prédio do conselho, ou ainda cair para a rua. Estamos aguardando uma posição, para que isso possa ser corrigido”, contou