O vereador Nilton Bobato (PCdoB) divulgou, na sessão da Câmara desta terça-feira (08), os gastos da com o pagamento dos diretores e funcionários do Hospital Municipal. O vereador teve acesso a um quadro comparativo de salários, baseado na folha de pagamento do mês de setembro da Fundação, entre a Pró-Saúde e a Fundação Municipal e divulgou números alarmantes. O salário do Diretor-Presidente da Fundação Municipal de Saúde, Jorge Yamakoshi, é o que mais chama a atenção. Ele recebe R$25 mil reais por mês, valor que supera a remuneração líquida do prefeito municipal e até da Presidente da República. Além dele, mais funcionários ganham mais que o prefeito municipal.
“Nada justifica esses pagamentos, eles são flagrantemente inconstitucionais. Não existe nada que permita que um salário seja maior que o do prefeito municipal e todos os diretores de primeiro escalão ganham mais”, acrescentou Bobato.
Na comparação com o balancete de pagamento dos funcionários e diretores da Pró-Saúde, a diferença é abissal. O valor gasto pela OS Pró-Saúde com os funcionários era de R$55.149,00, enquanto a Fundação Municipal de Saúde gasta hoje R$164.480,00, uma diferença de R$109.331 mil por mês, ou seja, aproximadamente R$1,2 milhões por ano. Em anexo, o quadro demonstrativo com os valores pagos a cada cargo.
O vereador ressaltou ainda, que os maiores salários pertencem a pessoas de Pato Branco, cidade que também é sede da matriz da empresa terceirizada Biocenter, atual gestora dos serviços laboratoriais do hospital municipal. O cargo de Diretor Adjunto Técnico do Diretor Técnico, que foi criado pela Fundação Municipal de Saúde, pertence, inclusive, ao irmão do proprietário da empresa Biocenter, de Pato Branco. O salário do novo cargo é de R$15 mil reais.
“A Fundação do Hospital Municipal, que foi criada com o discurso de que a OS Pró-Saúde era muito cara, está se mostrando um grande e formoso trem da alegria, que eu nunca vi na história da cidade”, disse Bobato.
Ainda de acordo com o vereador oposicionista, que presidiu a Comissão de Inquérito que apurou supostas irregularidades e favorecimento à empresa Biocenter no processo de terceirização do laboratório, disse que a Câmara Municipal de Vereadores encontra dificuldades para obter informações sobre a gestão do Hospital Municipal. “Até hoje aguardamos resposta a requerimentos solicitando cópias dos contratos de terceirização realizadas pela Fundação, e eles pediram mais prazo para encaminhar os documentos, e o cidadão que recebe R$25 mil, alega que não mandou os documentos porque não tem advogado para fazer os pareceres jurídicos, mas tem dinheiro para pagar altos salários”.
Além disso, segundo Bobato, “qualquer contratação emergencial deve atender à Lei 8666 – Lei das licitações – que obriga a publicação dos contratos em um prazo de cinco dias, e nenhum contrato foi publicado até hoje”.
O vereador completou: “Eu acho que algumas pessoas têm certeza que essa cidade é a casa da mãe Joana, porque não pode, eu nunca vi um negócio desse. Novamente repito: o tempo vai passando e a cada dia que passa esse governo, o buraco não tem fundo, achava que tinha limite, e não tem, as pessoas não querem fazer governo, querem assaltar a cidade”.