Começou neste domingo, por volta das 10 horas a energização do Linhão de 500 kV, entre a usina de Itaipu e Assunção, no Paraguai. Esta será a última etapa antes da entrada em operação da linha de transmissão, o que deve acontecer dentro de 30 dias. Nesse período serão realizados os ensaios de confiabilidade. A expectativa é ‘que a obra, considerada uma das mais importantes para a transformação do perfil do Paraguai de essencialmente agrícola para um país industrializado, seja inaugurada no começo de novembro, com a presença de autoridades brasileiras e paraguaias.
O sistema de 500 kV, entre a subestação da margem direita de Itaipu, em Hernandárias, vizinha a Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, inclui 348 quilômetros de linhas de transmissão e 759 torres para levar a energia gerada na usina até Assunção, capital do Paraguai. O linhão vai ampliar a capacidade do país vizinho de aproveitamento da energia produzida por Itaipu. Com a entrada em operação da linha, a capacidade de recepção pelo Paraguai da energia produzida em Itaipu poderá ser ampliada em 1.200 megawatts (MW), o equivalente à demanda de energia, somada, dos Estados do Amazonas, Rondônia, Roraima e Tocantins.
O uso dessa energia se dará gradativamente. Dos 1.200 MW, o Paraguai deverá usar a partir de agora entre 250 e 300 MW. Atualmente, a demanda do mercado paraguaio de energia elétrica, em horário de pico, gira em torno de 2,5 mil MW. O país conta, desde 1970, com uma usina própria, Acaray, com 200 MW, mais metade dos 14.000 MW instalados em Itaipu, e outra metade da capacidade de Yacyretá, que é de 3.100 MW.
Apesar de contar com um grande parque gerador, o Paraguai utiliza muito pouco da energia a que tem direito. No caso de Itaipu, menos de 10%. Com o sistema de 500 kV, o país vizinho poderá dobrar esse aproveitamento. Com este aumento da capacidade do sistema de transmissão de energia e com a modernização e reforços necessários nos sistemas de distribuição, o Paraguai terá todas as condições de resolver os gargalos atuais, como os apagões, que acontecem, sobretudo, no período do verão, quando o consumo aumenta pelo uso de aparelhos de ar condicionado.
O sistema de 500 kV é a obra mais importante do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). A maior parte dos investimentos veio do Brasil. Foram investidos US$ 15,8 milhões na ampliação da subestação da margem direita, US$ 165 milhões nas linhas de transmissão e US$ 105 milhões para a construção da subestação de Villa Hayes, em Assunção. Incluindo projeto e apoio técnico, o Linhão teve um custo total de US$ 320 milhões.
JIE