O programa Mais Médicos, do governo brasileiro, está despertando o interesse de profissionais de vários países, principalmente dos vizinhos, em busca de melhores salários e oportunidade de aprendizado oferecidos no Brasil. O secretário de Saúde da Província de Missiones, na Argentina, Oscar Herrera Ahuad, mostrou preocupação com uma possível falta de médicos nas cidades argentinas de fronteira com o Brasil.
“Estão levando nossos médicos de todas as especialidades, é algo que nos preocupa muito”, disse o secretário, afirmando ainda, que conversará com o governador de Missiones, Maurício Closs, para que o governo federal argentino formalize uma queixa ao Brasil.
O diretor do Hospital de Puerto Iguazú (Samic), Dr. Telmo Albrecht, confirmou que alguns médicos se colocaram a disposição do programa brasileiro, mas que isso não comprometerá o atendimento na cidade fronteiriça. “Até agora três médicos foram embora, que não representam problemas para o funcionamento do hospital”, disse o diretor informando que deixaram a cidade um ecografista, um plantonista e um oncologista. Segundo ele, todos já substituídos.
“Nós estamos em uma situação de fronteira muito particular. A oferta do Brasil para conseguir médicos é porque faltam esses profissionais no país, por não terem universidades gratuitas como nós”, disse o diretor do hospital, informando ainda, que vários outros médicos de Iguazú já estão fazendo os papeis necessários para a inscrição no Mais Médicos. “Penso que os médicos aqui da fronteira vão pensar melhor em atravessar o rio, quando tiverem que ira a uma favela do Rio de Janeiro”, considerou.
Dr. Albrecht termina dizendo que os profissionais interessados a ir para o Brasil, principalmente os formados em universidades públicas da Argentina, deveriam ter mais ética e pensar mais nas pessoas e menos no dinheiro.
Brasil
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) do brasil, confirmou validade da regra do Programa Mais Médicos que impede a inscrição de estrangeiros oriundos de países que tenham profissionais abaixo da média do Brasil. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), que respresenta o governo na Justiça, o índice é usado com base em estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar que países com déficit de médicos cedam profissionais para outros países.
Reportagem: Dante Quadra
Com informações, La Voz de Cataratas