Após quatorze dias de paralisação, a greve nacional dos bancários alcança o maior número de adesão dos últimos vinte anos. A afirmação é da presidente do Sindicato de Foz do Iguaçu e região, Cristina Delgado. “Isso demonstra a revolta da categoria contra a indiferença dos banqueiros, que continuam em total silêncio”, afirma.
Segundo Cristina, fechada a inflação do mês de setembro é possível fazer uma avaliação técnica econômica concisa. A proposta da Fenaban, de reajuste 6,1%, repõe o índice de defasagem, porém os bancários lutam por aumento real de salário. “Nós entendemos que os bancários são os grandes responsáveis pelo sucesso dos bancos e da sua lucratividade”, pontua a presidente. Além da questão salarial, a categoria reivindica também por PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de dois salários, melhorias de condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral, fim das demissões, mais contratações e o combate a terceirização.
Em 2012, a greve durou onze dias. Este ano a paralisação se arrasta sem perspectivas de retorno. Qualquer possibilidade de negociação levaria a greve até a próxima semana. Isso no campo da suposição, uma vez que não há indicativos de convocação dos banqueiros para rodada de acordo. Para Cristina Delgado, a greve, que nos primeiros dias prejudica diretamente aquela pessoa que precisa pegar um cartão, trocar uma senha ou fazer um serviço direto, hoje já atinge frontalmente o comércio. “A exemplo de Foz do Iguaçu está todo o Brasil. A cidade está parada, sentindo essa falta de circulação de recursos, necessária para fomentar os negócios e ajeitar o comércio. O país inteiro perde, menos os banqueiros, que com certeza estão com seus recursos muito bem aplicados. Estamos divulgando os nomes dos responsáveis por cada banco, para que a população conheça os grandes culpados pela crise que o país atravessa no setor bancário”, fecha.
Por Keyla Cristina