Representantes das colônias de pescadores do entorno do Lago de Itaipu, se manifestaram no início da manhã desta terça-feira (10), em frente ao Centro Executivo de Itaipu, na Vila A e em seguida na entrada da hidrelétrica de Itaipu, na Avenida Tancredo Neves, em Foz do Iguaçu. Os pescadores reclamam que na época da construção da barragem, não foi feito um estudo de impacto ambiental que pudesse prever futuros danos à pesca na região e que isso afeta desde então, a produção pesqueira no lago.
Segundo Flávio Kabroski, presidente da Colônia de Pescadores de Foz do Iguaçu e Municípios Lindeiros, antes da usina eram capturados até 700 kg de peixes em uma única noite. “Hoje essas espécies praticamente não existem mais, deixaram de existir na nossa região e os pescadores estão sendo os mais prejudicados pela construção da barragem de Itaipu”, disse o pescador. Eles pedem que a direção da usina hidrelétrica conversa para tentar chegar a um acordo que possa beneficiar os pescadores, com o pagamento de uma indenização pelo que deixou de ser pescado ao longo dos anos.
Em nota divulgada pela comunicação de Itaipu nesta manhã, a hidrelétrica explica que desde 1987, monitora com estatística a produção pesqueira no reservatório, onde os próprios pescadores fornecem informações diárias e que os resultados mostram uma evolução crescente na captura de peixes no reservatório.
Itaipu informa ainda, que dos reservatórios da Bacia do Paraná, o de Itaipu é considerado o mais produtivo, devido a construção do Canal da Piracema que permite que as espécies migradoras façam a reprodução a montante (acima da barragem), e à própria qualidade da água que melhorou devido ao aumento da consciência ambiental. Ainda segundo a nota, a captura no reservatório de Itaipu, de Foz do Iguaçu a Guaíra, fica em torno de 1.300 toneladas de peixe por ano. A Itaipu diz ainda, que não existem informações oficiais da atividade pesqueira no rio antes da formação do reservatório.
Atualmente, há mais de 700 pescadores residentes entre Foz do Iguaçu e Guaíra. A eles se somam 130 famílias com mais de 600 índios, além de assentados da reforma agrária, ribeirinhos e pescadores amadores. É a partir desse contexto que a Itaipu entendeu a necessidade da criação do projeto Mais Peixes em Nossas Águas, que, além de fortalecer a atividade da pesca, fomenta a aqüicultura por meio do cultivo sustentável pelo sistema de tanque-rede. A iniciativa também objetiva aumentar o consumo.